sábado, 9 de abril de 2011

Papel do Professor na Geografia Cidadã


  


UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA.
CAMPUS XVI – DCHT – IRECÊ – BAHIA.
CURSO DE GEOGRAFIA – PROESP.
Componente Curricular – Fundamento Teórico da Ação Pedagógica VI
Professor – Marcos Paulo Souza Novais



RELATO DE AULA


Alunos:
Aloisi Carlos de Oliveira, Lucilene A. Andrade de Oliveira, Edilma Correia, Maria Nete Vasconcelos, Noêmia Maria Brito, Raimunda Abreu



Irecê Bahia
2011

No dia 26 de março 2011 participamos e interagimos na aula FTAP VI (Fundamentos Teórico da Ação Pedagógica VI), sob a mediação do professor Marcos Paulo.
Fizemos a leitura do texto “a contribuição do ensino da geografia cidadã de Milton Santos para compreensão das transformações em curso no mundo contemporâneo”, logo após a leitura das reflexões da aula anterior feitas pelo grupo laranja, pela dinâmica utilizada do professor com a música sobre a cultura indígena, e, antes uma breve explanação sobre a globalização e capitalismo que serviu de pano de fundo para a leitura do e interpretação do texto, acima citado.     
O texto reflete as mudanças a partir da metade do século XX especialmente com o declínio da ordem bipolar (capitalismo e socialismo), a internacionalização e a globalização do capitalismo articulado pelo G7 e a explosão tecnológica, além, da ascensão neoliberal como doutrina econômica, política, cultural e social.
Outras mudanças que obedecem a essa mesma ordem é nas relações entre capital X trabalho. Obedecendo uma nova engenharia, saindo da era do Fordismo e Taylorismo para a era do Toyotismo, tornando mais flexível a produção. 
A geografia critica que surge na ala progressista francesa com Jean Drecsh  com um discurso político critico. A partir dos ano 50 com a geração dos geógrafos marxistas, Yves Lacoste, Bernard Kaiser, Raymond Guglielmo Jean Tricart e Massimo Quaini, essa nova linha do pensamento geográfico vai  inspirar Milton Santos.
Neste mesmo período Milton Santos traça sua trajetória como geógrafo e a geografia passa ter transformações despontando então a geográfica critica.
Geografia tradicional tem a base no método cientifico empírico, separando o mundo físico do mundo humano, a Geografia critica que damos ênfase nesta analise tem como base o método dialético, que não separa o meio físico do humano, pois com suas técnicas transforma o espaço natural.
Moreira, (1982) exalta o método dialético para interpretar a Geografia, pois sem ele a analise do arranjo espacial é estático. Já Oliveira (1999) diz que a visão da totalidade na concepção dialética permite que o sujeito do conhecimento compreenda o mundo em que vive, e antes de tudo, pensar na superação e nas mudanças que se fazem necessário. Desta maneira, é possível pensar o homem-natureza-espaço geográfico.
Milton Santos após o exílio nos anos 70 trás a Geografia critica marxista para o Brasil e começa ameaçar a supremacia da Geografia tradicional nas academias.
O 3º encontro nacional da AGB em Fortaleza no Ceará com Geógrafos simpatizantes da Geografia critica marxista provoca mudanças a partir dos anos 80 nas academias, assim, inaugura uma nova concepção geográfica que vai contribuir com o rumo da Geografia no Brasil. Além, do enfoque dado a temática homem-natureza-espaço e a relação capital trabalho sem separa o homem do meio físico.
Com o governo de Franco Montouro em São Paulo a revolução na educação passa a ter a Geografia critica a mola mestra das discussões.
O governo de São Paulo foi criticado pelas mudanças, criticas oriundas das alas conservadoras da educação. Diante destas visões tradicionais Milton Santos com a Geografia cidadã vem contrapor o capitalismo globalizado e excludente.
Na qualidade de educador Milton Santos acreditou na geografia como sendo um caminho para essas mudanças acontecerem, na construção de um Brasil soberano de direito ao pleno exercício da cidadania.
Para Milton Santos o meio técnico informacional permite em áreas cada vez menos extensas grandes produções. Milton Santos mostra que no mundo globalizado e capitalista as pessoas têm valor de acordo a capacidade de consumir.
Será que a Geografia não está colaborando com a globalização excludente? Que Geografia devemos ensinar? Essa que serve a neoliberalismo ou aquela que investiga, desmascara a alienação do capital neste adentrar do século XXI?
Então Milton Santos tem uma proposta da Geografia Cidadã. Ele diz que cidadania se dá por diversos níveis, há quem são cidadãos, os que querem ser, há os que não querem ser e buscam privilégios e não direitos.
O texto traz a Geografia humanista aplicada nos PCNs que faz uma critica ao positivismo da geografia tradicional e ao marxismo ortodoxo da geografia critica sem explicar os por quês. Ela tenta mascarar a realidade. Desta maneira, se conserva a ideia neoliberal pensada pelas elites.
É importante o papel do professor neste contexto de quebrar paradigmas, especialmente no planejamento com ousadia e profundas reflexões sobre as praticas pedagógicas e a transposição didática.  Para o aluno entender que ele precisa fazer as leituras de mundo de forma que saiam do conforto das ideias prontas pré fabricadas e construir novos conceitos, se tornar um investigador do espaço local e global e se posicionar frente aos desafios que o século XXI nos impõe.
Ao concluir a aula provocados pelo professor avaliamos a aula como um momento de significativo aprendizado, de reflexão, de crescimento, de inovação, enfim, significativas contribuições para melhoria das práticas pedagógicas de cada professor cursista.   








REFERÊNCIA
Revista Ciência Geográfica. Ano VII – Vol. 11, nº 19, Ensino – Pesquisa – Método – maio/agosto – 2001.



     

Nenhum comentário:

Postar um comentário